Pressia pouco se lembra das Explosões ou de sua vida no Antes. Deitada no armário de dormir, nos fundos de uma antiga barbearia em ruínas onde se esconde com o avô, ela pensa em tudo o que foi perdido — como um mundo com parques incríveis, cinemas, festas de aniversário, pais e mães foi reduzido a somente cinzas e poeira, cicatrizes, queimaduras, corpos mutilados e fundidos. Agora, em uma época em que todos os jovens são obrigados a se entregar às milícias para, com sorte, serem treinados ou, se tiverem azar, abatidos, Pressia não pode mais fingir que ainda é uma criança. Sua única saída é fugir.Houve, porém, quem escapasse ileso do Apocalipse.
Esses são os Puros, mantidos a salvo das cinzas pelo Domo, que protege seus corpos saudáveis e superiores. Partridge é um desses privilegiados, mas não se sente assim. Filho de um dos homens mais influentes do Domo, ele, assim como Pressia, pensa nas perdas. Talvez porque sua própria família se desfez: o pai é emocionalmente distante, o irmão cometeu o suicídio e a mãe não conseguiu chegar ao abrigo do Domo. Ou talvez seja a claustrofobia, a sensação de que o Domo se transformou em uma prisão de regras extremamente rígidas. Quando uma frase dita sem querer dá a entender que sua mãe pode estar viva, ele arrisca tudo e sai à sua procura.
Dois universos opostos se chocam quando Pressia e Partridge se encontram. Porém, eles logo percebem que para alcançarem o que desejam — e continuar vivos — precisarão unir suas forças. Esses são os Puros, mantidos a salvo das cinzas pelo Domo, que protege seus corpos saudáveis e superiores. Partridge é um desses privilegiados, mas não se sente assim. Filho de um dos homens mais influentes do Domo, ele, assim como Pressia, pensa nas perdas. Talvez porque sua própria família se desfez: o pai é emocionalmente distante, o irmão cometeu o suicídio e a mãe não conseguiu chegar ao abrigo do Domo. Ou talvez seja a claustrofobia, a sensação de que o Domo se transformou em uma prisão de regras extremamente rígidas. Quando uma frase dita sem querer dá a entender que sua mãe pode estar viva, ele arrisca tudo e sai à sua procura. Dois universos opostos se chocam quando Pressia e Partridge se encontram. Porém, eles logo percebem que para alcançarem o que desejam — e continuar vivos — precisarão unir suas forças.
Acho que Puros deve ser um
dos livros mais estranhos que já li, se não for o mais estranho deles. Mas antes de
explicar um pouco a minha opinião, melhor fazer um passeio pelo enredo
primeiro.
Após
uma série de Explosões, o mundo acabou passando por um verdadeiro apocalipse.
Nove anos depois do acontecimento é o período em que a história se passa. A
humanidade não era como antes. O mundo estava praticamente derretido. As
Explosões não foram provocadas por bombas comuns, mas por algo que causou uma
série de alterações e bizarrices. Pessoas se fundiram com o que estava mais
próximo de si. Carros, outros indivíduos, plástico, vidro, árvores e até com o
próprio chão. Os poucos sobreviventes estavam fundidos ou tinham algum membro
faltando. Para piorar a situação, eram miseráveis. Como as lojas e outros
estabelecimentos foram saqueados e destruídos, pouco sobrou para se usufruir.
As condições são as piores possíveis e isso a autora faz questão de mostrar com
os maiores detalhes.
Mas nem todo mundo teve um destino cruel. Antes das Explosões um Domo autossustentável foi construído para abrigar alguns “escolhidos”. Os que moram nele ficaram conhecidos como Puros, pois não tinham nenhuma mácula provocada pelas Explosões.
Pressia Belze, a quem somos primeiramente apresentados, mora nos fundos de uma barbearia destruída com seu avô. A princípio, é só mais uma miserável sem importância e que ao completar 16 anos (alguém poderia me explicar porque sempre aos 16 anos?) teria que se apresentar à OBR – uma espécie de organização hiper cruel para combater o Domo – para se alistar ou morrer caso não fosse útil. Acontece que Pressia está metida em uma verdadeira rede de mentiras e segredos mais macabros do que poderia imaginar ser possível. Ao conhecer Partridge e ao acompanha-lo em sua missão suicida, Pressia acaba entrando cada vez mais fundo nessa rede até finalmente chegar a um ponto em que não pode mais voltar.
Puros é
um livro que até agora me deixa desconfortável para formar uma opinião.
Desconfortável não significa que eu não gostei. Muito pelo contrário, apesar de
ser uma história cruel, o livro é realmente muito bom. Talvez seja o fato que a
autora não se contente em fazer uma história chocante, ela aparentemente quer
esfregar isso na nossa cara. As detalhadas descrições dos fundidos, do sangue,
das mortes, crueldade e sofrimento fizeram com que eu me sentisse realmente
enojada em algumas passagens. Não que eu seja uma pessoa sensível ou algo
parecido, mas isso pareceu ser algo bem desnecessário, a velha enrolação. É bem
provável que essa não fosse a intenção real. Acredito que a Julianna Baggott
tinha em mente fazer um enredo que deixasse qualquer um estarrecido e sem
palavras. Ela conseguiu, para falar a verdade, só que em alguns momentos existiram verdadeiros exageros.
Esse
ponto negativo acaba tirando um pouco o foco da história e que provavelmente
deve ter incomodado muita gente, inclusive a mim. Mas, felizmente os pontos positivos
conseguem por pouco superar essa falha e tornar a leitura mais prazerosa.
As
personagens do livro são literalmente fantásticas. São muito bem trabalhadas,
com personalidades fortes e únicas, além de serem tão... humanas (ou desumanas, no caso
de alguns). Parecem ganhar vida com a narração em terceira pessoa. Cada
capítulo foca em uma personagem diferente. Com esse aspecto, podemos ter uma
visão mais ampla de seus pensamentos, opiniões, dores e crenças. É muito
difícil não conseguir se envolver com cada um deles em proporções diferentes. O
melhor é que a história não se foca somente nos protagonistas. Ela se estende a
outras personagens, abrindo nossos olhos para sua importância no enredo.
Eu
particularmente amei Pressia, Bradwell e El Captán. A forma com que eles
enfrentam seus próprios problemas e se relacionam entre si é maravilhosa. Suas
personalidades travam constantes conflitos entre a crueldade, o instinto de
sobrevivência e o carinho que tem um pelo outro. Nem se fala na relação de El
Captán com o irmão que se fundiu as suas costas. Cruel e brilhante ao mesmo
tempo. Bradwell é um sobrevivente, um lutador calejado de tanto sofrimento, mas
que tem um espírito forte e gentil. Pressia não é a protagonista fraquinha e
insossa, mas também não é um monstro insensível na pele de garota que finge não
se importar com nada. Ela é forte, mas ainda assim sente falta do Antes, de ter
uma família e um pouco de paz.
Algumas
revelações feitas no livro foram realmente surpreendentes e chocantes, muito
bem recebidas e se encaixaram no enredo com perfeição. Já outras foram muito
óbvias e um pouco decepcionantes. Nada que escandalize muito.
Além
das personagens, o que mais surpreende em Puros é que mesmo sendo bizarro,
vários dos acontecimentos são perigosamente reais. O Domo autossustentável, as
bombas que causam anomalias e que tem proporções globais, os segredos que são
escondidos da maioria da população e que são depositados nas mãos de poucos que
se acham superiores. Até que ponto a humanidade está disposta a ir? Criando
vírus, bombas biológicas e químicas, procurando se autodestruir? Esse é um
questionamento bastante evidenciado no livro. A crueldade com os próprios
semelhantes, a vontade incessante do homem de ser superior e ser idolatrado, o
egocentrismo que leva aos poucos a destruição. São questionamentos chocantes e
fortes que muitos procuram evitar pensar.
Por
isso é difícil formar uma opinião sobre Puros. É um livro muito bom, com
personagens incríveis e um teor realista. Ele te faz pensar que as outras
distopias foram um pouco “fracas”, menos explícitas, leves demais. Tira um
pouco da mesmice que o gênero andou caindo. O futuro destruído como palco de um
romance que te faz babar. Puros é um livro intenso, sem amenização. Algo
“bonito” não surge assim do nada como, por exemplo, a amizade, o amor, a
esperança, etc. Claro que elas existem, mas não são como sentimentos
transplantados, jogados na história só para amenizá-la. São coisas que surgem
como uma simples ideia e que vão se espalhando e tomando de conta das
personagens, trazendo a beleza no meio da crueldade. A amizade se transpassando
ao instinto louco e individual de sobrevivência, o amor ao outro em vez do amor
próprio egoísta. É algo lindo de se perceber em um livro.
No fim das contas, o livro é
muito bom e ponto. Infelizmente, ele não é ótimo por conta desses deslizes que
acabaram tirando o esplendor da história, mas nem por isso merece deixar de ser
lido. Estou muito ansiosa para a continuação e para saber como a trama vai se
desenrolar e, principalmente, como as personagens se sairão em uma realidade
tão crua e brutal.
tenho muita curiosidade sobre esse livro, mas fiquei com um pouquinho de medo! kkk
ResponderExcluira capa é muito bonita e a história parece ser ótima, apesar de ser um pouco bizarra, como você disse. acho que vou arriscar!
Tenho curiosidade, mas também acho meio bizarra essa história... Acho que não leria no momento mas, quem sabe num futuro próximo? hahaha
ResponderExcluirLindo blog! Parabéns! :)
Samanta
http://diversaoempapel.blogspot.com.br/
Oi!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse livro, mas me deixou SUPER curiosa. Vou correndo tentar descobrir mais sobre elem *--*
Abraços,
Marinah | Blog Marinah Gattuso
Acho que já havia ouvido falar o nome do livro, mas não mais. Sua resenha me deixou interessada, ando querendo ler mais distopias, e esse entrou para listinha ^^
ResponderExcluirTé mais...
http://bmelo42.blogspot.com.br/
Olá, como vai? Tive que rir quando você perguntou "por que sempre aos 16 anos?" de fato, a maioria das histórias agarraram nesta idade. Bom, deixa eu dizer que amei a sua resenha, e me despertou uma curiosidade á respeito do livro, ainda não tinha ouvido falar dele, mas agora está na minha lista de desejados. Adoro quando o autor deixa a opinião de vários personagens, faz a estória ficar mais completa. E curto muito quando no fim do livro, o autor nos revela algo chocante, espero em breve poder ler este livro e compartilhar minha opinião. Grande abraço, e parabéns!
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